12 perguntas e respostas sobre FIV e FeLV

Elas despertam curiosidade e causam receio nos tutores de felinos. Podem ser silenciosas e são muito comuns. Para conhecer sobre os riscos, o contágio, o tratamento, a prevenção, entre outros aspectos relacionados à FIV e à FeLV, conversamos com o médico veterinário da Clínica Espaço Animal, Hermes Raupp. Confira:

O que são essas doenças?

A FIV e a FeLV são duas doenças virais bastante comuns que acometem os gatos. A FIV também é conhecida como a imunodeficiência felina. As pessoas dizem que é a Aids dos felinos. É uma doença silenciosa que muitas vezes só manifestará sintoma quando houver uma outra infecção,  pois ela baixa a imunidade do bichinho deixando-o suscetível a contrair qualquer outra enfermidade. Já a FeLV, vírus que ocasiona a leucemia felina, também baixa a imunidade, mas o animal pode desenvolver tumores, os linfomas. Então, ela acaba sendo mais grave que a FIV.

Como é a transmissão da FIV e da FeLV?

São doenças altamente contagiosa entre gatos. No caso da FIV, o mais comum é que seja transmitida através de brigas, de arranhões, quando as gatas estão no cio, por exemplo. Já quanto à FeLV, é mais comum que o contágio ocorra por meio das secreções, principalmente, saliva, mas também pode ser através da urina, das fezes, por meio do uso compartilhado de recipientes de alimento, das caixas de areia e pelo hábito que os gatos têm de um lamber ao outro.

Há possibilidade de transmissão para humanos?

É uma doença somente de felinos. Não há contágio envolvendo seres humanos ou cães. 

Quais são os sintomas que costumam aparecer quando os gatos estão com essas doenças?

A FIV é uma enfermidade silenciosa. Então, muitas vezes só se vai observar sintomas quando este animal contrair uma outra doença. Inclusive, uma simples gripe, por exemplo, pode ser em consequência de uma FIV e há risco de morte. Portanto, não existe uma sintomatologia específica. Já no caso da FeLV, o animal pode ser acometido de doenças secundárias, que também baixam a imunidade, mas também podem desenvolver tumores, os linfomas. Além disso, pode apresentar febre, perda de apetite, emagrecimento, gânglios aumentados e inflamação na gengiva. Anemia também é bastante comum porque afeta a medula óssea onde são produzidas as células sanguíneas. 

Então não é tão fácil saber se o gato está com FIV ou FeLV?

Não. Não existe uma sintomatologia específica. Qualquer sintoma, seja ela respiratório, seja uma diarreia, desidratação, febre, qualquer um desses indícios que são inespecíficos podem ser secundários a uma FeLV ou FIV.

A Clínica Espaço Animal faz testes para saber se o animal tem FIV ou FeLV?

Sim. É recomendado que o teste seja realizado em filhotes antes de iniciar a vacinação. O exame é sorológico e no caso de filhotes deve ser feito aos dois meses de idade, mas independentemente de ser filhote ou não, o ideal é repetir esse teste depois de dois meses, tanto se é positivo quanto se é negativo. Se o gato é sintomático e dá positivo, normalmente não há repetição porque ele já tem todas as condições características da doença. Mas se é um animal assintomático, o correto é repetir depois de dois meses para se ter certeza se é positivo ou falso positivo ou falso negativo. 

No caso de positivar, qual é o tratamento?

Não existe tratamento específico para nenhuma dessas doenças. O que existe é a prevenção. No caso das medidas preventivas, não existe no Brasil nenhuma vacina para FIV, mas há vacina para a FeLV, que inclusive é aplicada na Clínica Espaço Animal. Todos os animais devem ser vacinados para prevenir a incidência dessa doença, principalmente aqueles animais que têm acesso à rua. Uma outra medida preventiva seria a castração porque os machos castrados ficam mais caseiros, ficam mais calmos e não vão entrar em brigas e disputas por fêmeas no cio. Já no caso das fêmeas castradas, elas não entrarão no cio, não irão atrás de machos que podem provocar brigas. Além disso, através do sexo pode haver transmissão tanto da FIV quanto a FeLV.

Portanto, não há tratamento?

Para a FIV, é um tratamento sintomático da doença secundária que o animal irá apresentar. Também é indicado que tenha uma alimentação, um suporte nutricional bem adequado para melhorar a sua imunidade. Às vezes, suplementação vitamínica se faz necessário. Além disso, retrovirais também podem ser utilizados como coadjuvantes. São tratamentos sintomáticos para fazer com que o gato tenha uma sobrevida maior, mas tudo depende da fase em que a doença se encontra, se é assintomático ou não. Em relação à FeLV, dependendo do caso, ele terá pouco tempo de vida. 

Em ambas enfermidades, há diminuição da expectativa de vida?

Quando a doença é FIV e o tutor é bem atencioso, cuidadoso, o animal pode viver até 10 anos ou mais. Já a FeLV, extrapolando 2 anos, isso se o felino for positivo assintomático. Se houver sintomas, muitas vezes é questão de poucos meses.

Ao adotar um gato ou uma gata, o ideal é fazer o teste para saber se o animal tem FIV ou FeLV?

Sim. Quando se adota um bichinho ou vem um bichinho novo para a residência, é preciso fazer esses exames, até mesmo porque, se houver outros gatos na casa, o animal positivado deve ficar separado dos demais para não correr o risco de contagiá-los. Do mesmo modo, é importante telar a casa para que eles não tenham acesso à rua e não venham contagiar outros gatos que possam entrar em contato com eles. Assim, em caso positivo para essas doenças, o ideal é o isolamento e também a castração.

Qual é a incidência dessas doenças?

São bastante comuns. No passado havia demora para se fazer o diagnóstico, porque nós não possuíamos acesso aos testes rápidos. Era necessário ser feito o PCR e enviar a São Paulo. Então, eram dois diagnósticos por ano. Hoje, talvez façamos até dois diagnósticos por semana.

São doenças hereditárias ou não?

Poderão ser congênitas. A gata pode parir o feto já contaminado em função do contato do filhote com as secreções e com o leite materno.

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