O cão vira-lata, também conhecido pela sigla de SRD (Sem Raça Definida) é amado por muitos e, ainda assim; segue como um dos animais que mais sofre com o abandono no Brasil nos dias de hoje. Defendido pelos amantes dos animais, esse cachorro ganha boa parte de sua popularidade, justamente, em função da sua natureza desconhecida – que faz com que seja único para quem tem um exemplar dentro de casa.
Inteligentes, espertos e cheios de amor e carinho para dar aos seus tutores, os cachorros vira-lata ganham, hoje, cada vez mais destaque nas mídias – que se enchem de apelos e projetos especiais com o objetivo de diminuir os níveis de abandono dos cães sem raça definida; já que, embora a popularidade do vira-lata cresça, ainda são muitos os que preferem comprar cães de raça ao invés de adotar os que são frutos de misturas diversas.
Outro fator muito importante de saber sobre os vira-latas é que: não é por ser um animal de raças misturadas que obrigatoriamente ele é um animal mais resistente que os demais. Esta lenda vem de muito tempo, pois, quando você adota um animal adulto e que passou toda a vida toda na rua, ou ele não teve encontro com vírus ou traumas que o levariam a óbito ou, de fato, ele é um animal mais resistente (e na ninhada dele, possivelmente, nasceram de 8 a 10 animais e somente ele sobreviveu).
Esse lembrete é fundamental para quem pensa em levar um vira-lata para casa; já que, em muitos casos, pelo simples fato de ser um animal de raça mista, as pessoas deixam de vacinar o animal e de ter os cuidados que teriam com um cão de raça específica por crer que o animal é mais resistente – e este pensamento é errado. Portanto, mesmo que seu cão não seja de raça definida, é fundamental levá-lo regularmente no veterinário, além de vacinar e castrar o animal.
Origem
Por ser fruto de misturas e raças diversas, o cão vira-lata não tem uma origem definida – sendo que a descendência de cada um dos animais considerados no grupo sem raça definida varia de acordo com a sua própria história. No entanto, os termos usados para descrever estes animais têm se modificado ao longo das últimas décadas; deixando um pouco de lado a ideia de que o nome vira-lata é sinônimo de algo altamente pejorativo.
Enquanto, há certo tempo, o vira-lata era considerado um cachorro de rua – que tinha esse nome para explicar que, virando latas pelos lugares mais estranhos e em meio ao lixo, esse animal buscava seus alimentos – os cachorros considerados ‘mestiços’ eram chamados pela sigla de SRD.
Hoje em dia, felizmente, essas duas siglas já podem ser consideradas como sinônimos; deixando de lado a ideia de que os vira-latas são cães menos especiais que quaisquer outros, e mostrando que o uso desse termo para se referir a um animal (ou qualquer outra noção ou pessoa) de forma negativa.
Comportamento
Originados a partir da mistura de duas (ou mais) raças, os cachorros vira-lata não apresentam um comportamento que possa ser padronizado – já que boa parte das características que definem a personalidade de um cachorro é proveniente de mais de uma fonte. Nos casos em que a mistura é feita a partir de cães com comportamento calmo e tranqüilo, há mais chances de que o animal sem raça definida nasça com o mesmo tipo de temperamento herdado de seus pais.
No entanto, há muitos casos em que a personalidade e o comportamento dos animais que deram origem ao vira-lata são diferentes e conflitantes e, nesse tipo de situação, fica ainda mais difícil prever qual será o temperamento “natural” do cão – já que ele pode ter influências de genes carinhosos, dóceis, territorialistas e de guarda ao mesmo tempo. Apesar disso, a maioria dos cães vira-lata costuma ser bem dócil.
Aspecto
Seguindo as mesmas premissas do que foi citado em relação ao comportamento dos cães SRD, o aspecto dos vira-latas também não pode ser definido de uma forma geral – já que todas as suas características são definidas a partir de uma série de influências provenientes das raças que lhe deram origem.
Em função disso, os cachorros vira-lata podem ser muito diferentes e destacar aspectos extremamente interessantes, tendo em vista que o tipo de aparência que pode se formar em função da mistura de raças diversas é impossível de se atingir em cães de raças definidas. Esse fato e, inclusive, um dos que mais ajuda a definir o tipo de aspecto que pode ter um cachorro vira-lata – já que ele não é parecido com nenhuma outra raça conhecida.
Cuidados Específicos
Por não ter uma origem definida, o cão vira-lata pode sofrer com problemas inesperados ao longo da vida. Em função disso, os cuidados que devem ser tomados com um cachorro sem raça definida devem ser os básicos que se aplicam a todos os animais, como a vacinação e vermifugação anuais, banhos periódicos, escovação da pelagem (em períodos que variam de acordo com o comprimento e a quantidade de pelagem do pet), escovação de dentes diária, passeios frequentes, tosas higiênicas e corte de unhas periódicas, entre outros.
Geralmente, os cães vira-lata destacam uma facilidade grande em se reproduzir e as fêmeas sem raça definida têm cios frequentes e, por isso, é importante que providencie a realização do procedimento de castração – já que, a cada ninhada, uma cadela SRD pode ter até mais de oito filhotes.
A castração também se faz importante para as cadelas sem raça definida em função da piometra – uma grave inflamação uterina que pode afetar a vida delas e até levá-las ao óbito – que pode ser prevenida por meio da realização do procedimento.
Saúde
Conforme descrito em todos os diferentes itens da ficha do vira-lata, não há como prever que tipo de doença pode afetar a vida de um cachorro SRD e, por isso, é importante que os donos dos bichinhos de estimação desse tipo levem-no para consultas periódicas com um profissional veterinário – garantindo que qualquer tipo de complicação possa ser detectado de forma precoce, permitindo que um tratamento seja iniciado imediatamente e que o animal possa permanecer saudável.
Vale lembrar que, em uma única ninhada, uma cadela vira-lata pode ter até mais de oito crias, e que esses animais podem ser filhotes de pais diferentes e, portanto, mesmo sendo filhos da mesma mãe, não há garantia de que os problemas de um cão sejam os mesmos que os que podem surgir na vida de seus irmãos. Por isso, problemas como o da displasia coxofemoral – surgido, na grande maioria dos casos, de forma hereditária – deve ser considerado nos vira-latas maiores, já que não há como prever a probabilidade de que ele apareça ao longo da vida do animal.
Fonte: Site Cachorro Gato