A Leishmaniose Canina é uma infecção parasitária que pode ser transmitida para seres humanos. Embora não dê sinais no início, a doença tende a se agravar podendo levar o paciente a óbito.
No Brasil, a leishmaniose é um problema sério. Em 2017, 90% dos casos da enfermidade registrados na América Latina ocorreram em nosso país. Em 2012, a taxa de letalidade da doença era de 7,1%.
O que é e o que causa a leishmaniose canina?
Causada por um protozoário do tipo leoshmania, uma vez presente no organismo hospedeiro, há aumento da quantidade do agente e ele começa a atacar as células fagocitárias chamadas de macrófagos. Essas células integram o sistema imunológico auxiliando na proteção de agentes estranhos Se não for tratada, a doença pode atingir órgãos como o fígado e a medula óssea.
Há dois tipos de leishmaniose: a cutânea e a visceral. Nos cães, a mais comum é a visceral, pois o pet não é o hospedeiro preferencial da doença que acomete a pele.
Como ocorre a transmissão da leishmaniose canina?
O contágio da Leishmaniose canina não ocorre por meio de mordidas, saliva, entre outros, como muitas pessoas pensam. A transmissão se dá por meio da picada da fêmea do mosquito Lutzmyiia longipalpis. Para ocorrer a infecção, o mosquito precisa ter ingerido a amastigota da leishmania, que torna-se promastigota no intestino do mosquito (vetor). Quando pica um novo indivíduo, o mosquito disseminará a forma infectante da Leishmania, provocando a doença.
Sintomas
No início, nem todos os cães com Leishmaniose terão algum sinal. Estima-se que 60% dos contaminados são assintomáticos. Isso porque a doença pode ficar incubada entre de 3 meses a 6 anos. Ao longo da progressão, a Leishmaniose visceral pode atingir diferentes órgãos.
Assim, os simtomas variam conforme o órgão atingido. Mas os sinais iniciais comumente apresentados são:
- Emagrecimento;
- Lesões na pele (especialmente na face e nas orelhas);
- Crescimento exacerbado das unhas;
- Perda de apetite,
- Febre
Diante de qualquer sintoma desses, é importante levar seu pet ao veterinário o quanto antes já que, conforme avança, a doença compromete e imunidade do cachorro e seus órgãos, podendo resultar na morte do animal.
Identificação da doença
É fundamental levar seu bicho ao veterinário porque a doença é diagnosticada somente com exame de sangue de sorologia, reação de imunofluorescência indireta (RIFI) e PCR.
Outras maneiras de checar ao diagnóstico é o imprint de feridas, ou seja, uma citologia por decalque no qual colhe-se fragmento do órgão ou nódulo a ser examinado a fim de tentar localizar o parasita.
A entrevista com o tutor, assim como a avaliação clínica do paciente, também são muito importantes para ajudar o profissional a solicitar os exames adequados com precisão.
Há cura para a Leishmaniose?
Até pouco tempo, o diagnóstico de Leishmaniose era uma das piores notícias que um tutor poderia receber. Isso porque não havendo cura para a zoonose, a recomendação era que todos os pets confirmados com a doença fossem sacrificados.
A respeito disso, é interessante destacar que até havia remédios para a doença. No entanto, uma determinação de 1953 proibia o uso desses medicamentos em cães. A justificativa é que esses fármacos poderiam tornar o protozoário da Leishmania mais resistente, dificultando o tratamento em seres humanos.
A partir de 2018, graças a um medicamento de uso exclusivo nos pets, a Leishmaniose deixou de ser uma doença sem cura. O nome do remédio é Milteforan (miltefosina).
Ainda assim, é importante que o pet seja acompanhado de perto por um veterinário durante toda sua vida, já que o tratamento de Leishmaniose canina não elimina completamente a doença. Porém, impede a progressão da doença e diminui a carga do parasita, fazendo com que o cachorro deixe de ser um transmissor.