Mauro Iracet e Ivo Filho estão casados há mais de 13 anos. São tutores de quatro câes: Yuki, chow-chow; Tyra, indefinida; Mick, indefinida; Lana, cruza de yorkshire e indefinida. Eles não pretendem ter filhos humanos já que os cachorros são filhos que escolheram ter.
Mauro e Ivo com os cães
Segundo Mauro, os pets os fazem sentir-se família. “Há as preocupações e os cuidados, mas os quatro nos devolvem em carinho, atenção e amor incondicional”, destaca. Salvas as devidas proporções, Mauro acredita que ser tutor de pet facilita a criação de uma criança. “Creio que eles agregariam companhia e amor caso decidíssemos ter um bebê.”, assegura.
Roberta Vencato, psicóloga, segue a mesma linha de pensamento. “A responsabilidade de zelar pelos cuidados e bem-estar do pet, serve como treino sim para a maternidade e/ou paternidade”. No entanto, enfatiza que é importante que seja senso comum entre o casal a adoção de um bicho.
A especialista afirma isso com base na própria experiência também. “Cassio e eu éramos namorados quando adotamos a Fiona, uma poodle. Quando casamos, ela veio morar conosco e, de certa forma, nos auxiliava a termos um compromisso com ela”, conta.
Conforme Roberta, quando a filha mais velha, Alícia, nasceu, a rotina com a cadela precisou ser readaptada, mas a presença do animal não dificultou nada, apenas exigiu mudanças no cotidiano. Hoje, a família é composta pelo Arthur, o caçula humano, e outros dois cachorros: o Panda, border collie, e o Medhiv, sem raça definida.
Por ocasião do Dia das Mães, preparamos um conteúdo que suscita reflexão sobre algo que divide opiniões: afinal, tutora de pet também é mãe?
Histórias que se entrelaçam
Cíntia Silva adotou Bilu há 6 meses. O tempo relativamente curto não é termômetro para verificar o tamanho do amor que a técnica de enfermagem sente pelo cão. Uma história que iniciou com semelhanças entre ela e o cachorro já que, anteriormente, ambos passaram por perdas.
Quando Bilu foi morar com Cintia fazia 10 meses que o pai dela havia falecido. Estava muito difícil lidar com a ausência paterna e com um problema de saúde que a acometera no mesmo período. Antes da chegada do cachorro, por dias a fio, ficava sozinha em casa, sem compromissos ou obrigações.
Já o pinscher também conviveu com mortes. Primeiro foi a tutora e depois a mãe dele. Quando a ex-dona morreu, a casa onde Bilu morava com a mãe e o irmão dele foi arrombada e os cachorros foram roubados. Bilu e a mãe foram recuperados, mas a cadela foi morta por outros cães.
Fatos tristes, mas que desencadearam na adoção. Cíntia, que não queria despender tempo com o cuidado de um animal de estimação e também tinha ressalvas em relação à sujeira produzida, se compadeceu com a história e resolveu ficar com Bilu. Ele também adoeceu e toda a família de Cíntia precisou se envolver no cuidado do pinscher que só melhorou depois de receber atendimento veterinário na Clínica Espaço Animal.
Cíntia e Bilu: relação de amor
Também em razão da enfermidade de Bilu, a técnica de enfermagem e o companheiro foram morar juntos e hoje o cão é o xodó da casa. “Eu sou a mãe dele, pois tenho compromissos e rotinas com as quais me envolvo em razão dele, sem falar do amor. Amor pelo que ele representa para mim, amor pela forma que ele transformou os meus dias e a minha vida”, afirma.
Opinião de especialista
Cíntia acredita que mãe de pet pode ser considerada mãe, mas reconhece que é necessário ter ciência de que são maternidades diferentes porque as proporções de cuidados e deveres são distintas. É a mesma linha que defende a psicóloga Jéssica Machado, tutora de dois cachorros e mãe de uma criança de 3 anos e meio. Segundo a especialista, é complexo comparar a maternidade entre humanos com a que se estabelece com os bichos. Ao colocá-las sob o mesmo prisma, perde-se a essência de cada uma delas. “A responsabilidade social de educar e garantir a sobrevivência de outro ser humano é uma obrigação muito grandiosa”, assegura.
Apesar disso, não considera que a figura materna esteja relacionada unicamente a uma questão biológica, pois é um papel ocupado por quem se dedica a cuidar e garantir segurança e proteção. “Com a pluralidade de dinâmicas familiares atualmente, o pet é fonte de acolhimento e amor. Portanto, creio ser simbólico e afetivo referir-se à tutora como mãe, pois é responsável pelo cuidado e proteção de alguém além de si”, explica.
Novas opções de vida
A psicóloga também pondera que outro fator que corrobora para esse sentimento de maternidade abrangente é que muitas pessoas optam por não ter cônjuges e/ou filhos, o que contribui para ver no animal um sinônimo de companheirismo e amor mútuo. “Temos certeza de que os pets podem nos garantir esses e outros tantos bons sentimentos e as pessoas estão cada vez mais sedentas disso”, conclui.
Sabemos que a maternidade transcende o gênero designado em nosso nascimento, além de haver pais que são mães. Acreditamos que quanto mais amor melhor, não é mesmo? Busque manter em seu cotidiano gestos que suscitam amor seja sendo mãe de pet, mãe de gente, não sendo mãe. Enfim, sendo presença significativa, empática e sensível à realidade do que se passa diante de você.
Tem interesse? Confira abaixo os critérios para adoção:
Ter mais de 18 anos;
Ter casa própria;
Morar em um pátio bem fechado ou telado em caso de apartamento;
Ter condições de dar uma vida digna e muito amor até que morte separe o tutor do bicho.
Ao adotar, cada tutor assina um termo se comprometendo a cumprir os itens acima. A ONG Amigos do Floppy fica em Sapucaia do Sul. Não divulgamos o endereço para evitar abandonos próximos ao local. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 991415116 (WhatsApp).
O que era um desejo antigo se tornou realidade neste mês de dezembro na Clínica Veterinária Espaço Animal. Foi firmada a parceria com a ONG Amigos do Floppy, entidade de Sapucaia do Sul (RS) que cuida de aproximadamente 300 animais resgatados.
O médico veterinário e proprietário da Clínica Espaço Animal, Hermes Raupp visitou o espaço e pode presenciar o trabalho sério e engajado em benefício do bem-estar animal que a instituição realiza e decidiu contribuir com a ONG. “Mensalmente realizaremos duas castrações, duas consultas e doaremos dois sacos de ração, ação que ocorre em conjunto com a marca PremieRpet, marca de ração que temos parceria e que gentilmente abraçou a causa conosco”, explica.
Além disso, estamos com uma campanha de doação de ração em nossa clínica. É só depositar um quilo de ração no ponto de coleta que há na recepção. Outra forma de ajudar é adotando um animalzinho. Que tal fazer a sua parte?